15 de junho de 2009

Voar para longe

14 de junho de 2009

Relatividades

Vão ali a Alcoentre visitar os maridos e os filhos à prisão, como eu vou a Leiria visitar a minha família, à casa onde nasci. Entram em grupo no autocarro, animadas. Falam alto, riem. Devem fazê-lo todos os Sábados, mais ou menos a esta hora. Faz parte da normalidade das suas vidas. Não há drama nem pesar nos seus olhares, não há tristeza nas suas mãos, não há frustrações a pairar-lhes por cima da cabeça. Vivem assim porque não lhes foi dado viver de outra maneira. Ou porque não o procuraram. Aceitam a vida que têm, um dia atrás do outro. Concerteza que não farão grande coisa para mudar o mundo, mas eu, que talvez até pudesse mudar alguma coisa, também não o faço. E no entanto, quanta tristeza me não acompanha os gestos, quantos suspiros se me não sufocam na garganta.

10 de junho de 2009

É novo e é lindo e é GIGANTE!

Adoro fazer anos e dar-me prendas a mim própria!








1 de junho de 2009

Qualidade de vida

Ontem andei na rua a tirar fotografias e fui à Fnac e comprei CD’s e um livro e vim para casa e deitei-me no sofá e ouvi música, ouvi música, ouvi música. Só assim. Sem mais nada. Há já muito tempo que não fazia nada tão bom. Foi bom dar-me a estes luxos que não deviam ser luxos. Voltei à música de corpo e alma. Hoje, quando regressava a casa e ouvia música no metro, senti um medo terrível de ficar surda. Não pelas palavras dos outros, que essas posso lê-las se for preciso, mas pelo que a música me dá e me faz sentir, ser. Embora saiba que se tivesse de escolher entre música e livros iria ter alguma dificuldade, os sons levam-me de forma mais instantânea, mais inconsciente e, ainda assim, mais epidérmica para lugares também eles mais intensos. Com um simples shuffle no iPod, sei que posso estar triste ou eufórica, ter frio ou calor, estar com quem quiser, onde quiser. Posso estar no meio da cidade, de gabardina e botas, à espera de alguém que não chega, com a chuva a bater-me no rosto e a misturar-se com as minhas lágrimas e três minutos depois fechar os olhos, abrir os braços, deixar o corpo cair para trás, sorrir e ficar deitada num campo de erva alta e macia que só deixa entrever o azul do céu. E vejo coisas muito bonitas na rua (sejam elas tristes ou alegres, porque há beleza nas coisas tristes), nos carros, nas casas, nas árvores, nos rostos das pessoas. Às vezes torna-se difícil conter movimentos involuntários estimulados por alguns ritmos mais contagiantes e evitar aqueles olhares de soslaio que exclamam maluquinha. Não sabem o que perdem...

Amor Supremo (Obra Prima #2)